A Restauração da Independência (Parte II)

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Decorria o ano de 1554 e Portugal tinha como rei  D. Sebastião. Este organizou uma expedição militar ao norte de África.  Uma vez que eu pertencia à ordem social da nobreza fui também convocado. Esta expedição tinha como base o espírito de cruzada e, como objetivo final, a conquista de novas terras aos mouros, para além de poder continuar a difusão da fé cristã e a viragem atlântica, que era uma aposta no desenvolvimento económico dos territórios coloniais atlânticos, para fazer face á crise do Império Português do Oriente. Mas tal não se verificou, uma vez que em 1578, na batalha de Alcácer Quibir, fomos derrotados e o rei D. Sebastião foi dado como desaparecido. Porque o corpo não apareceu, ficou uma pergunta no ar – O rei desapareceu ou foi morto?

Nem mesmo nós sabíamos o que lhe tinha acontecido. Tal facto, deu origem a um novo problema, que era a não existência de um sucessor direto, uma vez que D. Sebastião não tinha descendentes diretos. Logo, recorremos ao seu tio-avô, o Cardeal D. Henrique, mas este, além de ser um homem de idade e membro do clero, era uma pessoa doente. Apesar de todos estas contrariedades, foi aclamado rei a 28 de setembro de 1578, mas dois anos depois faleceu. E uma vez mais o país ficou sem sucessores ao trono. Em 1580 deu-se uma crise dinástica e, consequentemente, nesse período, Portugal, perdeu a sua independência.

Surgiram alguns candidatos ao trono, entre eles destacaram-se D. António Prior do Crato, apoiado pelo povo; Dona Catarina,  Duquesa de Bragança, apoiada por elementos da nobreza e clero e Filipe II, Rei de Espanha, que era apoiado pela nobreza e burguesia.

Perante tantos candidatos, a sociedade portuguesa dividiu-se. Parte do meu grupo social apoiava o Rei de Espanha devido ao que este prometera e também por questões monetárias. Mas eu, desconfiado das promessas de Filipe II, não o apoiava, porque não queria estar sob domínio espanhol. Pelo que apoiava Dona Catarina,  Duquesa de Bragança.

Filipe II , como era o candidato que reunia maior número de apoiantes, invadiu Portugal tendo conquistado o trono. Foi nas cortes de Tomar, em 1581, que foi aclamado Rei de Portugal, com o Título de D.  Filipe I, de Portugal,  tendo Portugal perdido a sua independência e passamos assim a ser governados pelo Rei de Espanha. Vivemos, então, o que foi designado de União Dinástica ou Ibérica. Uma vez que Portugal e Espanha eram governados pelo mesmo rei, tal designava-se de Monarquia Dualista. Esse regime durou entre 1581-1640.

Nos cerca de 60 anos de União Ibérica, o império espanhol, que englobava o nosso império, atingiu o máximo desenvolvimento.

O período correspondente ao reinado de Filipe I conduziu a uma grande prosperidade económica, mas nos reinados de Filipe II e Filipe III essa prosperidade decaiu, porque a Espanha viveu uma grande crise, que foi sentida em Portugal, o que originou o descontentamento da população portuguesa, devido ao incumprimento do acordo feito nas cortes de Tomar (manter a língua, costumes, leis e liberdade).

No reinado de Filipe IV, de Espanha, este entregou o governo do Império Espanhol ao Conde-Duque de Olivares, que exerceu uma governação de carácter autoritário, para além de se envolver em guerras europeias (como a guerra dos 30 anos com França… – 1618 a 1648), cobrou novos impostos à população portuguesa, recrutou militares portugueses e, como consequência, os territórios coloniais e embarcações portuguesas foram alvos de ataques por parte da Holanda, Inglaterra e França, que eram países inimigos de Espanha.

Algum tempo depois, em Portugal, surgiram alguns motins e revoltas populares contra o dominío filipino. Um dos motins que mais se destacou foi o da “Revolta de Manuelino”, ocorrida em Évora, em 1637 que se estendeu por todas as regiões do país. O declínio do Império Espanhol teve reflexos negativos para o povo e contribuiu para o enfraquecimento do poder da burguesia e nobreza, esta última que perdia cargos administrativos.

No dia 1 de dezembro de 1640, alguns nobres portugueses revoltaram-se, em Lisboa, para aclamar D. João,  Duque de Bragança como o rei de Portugal, com o título de D. João IV. Mas, para conseguirmos o que queríamos deram-se várias batalhas, em especial, na região de Évora. Finalmente deu-se a Restauração da Independência de Portugal, que marcou o fim dos 60 anos de União Ibérica.

Contudo, a guerra entre os dois Países Ibéricos continuou até 1668, ano em que Espanha reconheceu a Independência de Portugal.

8º A

Nº1:Benjamim Morgado | Nº3: Diogo Monteiro | Nº4:Guilherme Neto | Nº10: Manuel Martins

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