Ainda bem que um dia vamos ter uma advogada que escreve assim

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A Beatriz do 9D sonha um dia vir ser advogada. Leis e mais leis, textos difíceis. Mas até lá chegar, ainda vai ter muitos desafios pela frente. E um deles foi colocar-se na pele de um refugiado que planeia escapar de um campo e relatar 3 minutos angustiantes. Para o caso de um dia vir a ter de o defender em tribunal.

É noite cerrada e não se ouve um pio. Caminho no meio de cerca de quarenta prisioneiros desconhecidos. Parece que estou dentro de um filme em busca da fuga perfeita.

 Qualquer barulho é neste momento o meu maior inimigo. Cada passo, cada gesto e até mesmo cada respiração tem de ser bem calculada. O frio é arrasador, o meu estômago congela porém o impossível parece estar a acontecer.
 Retiro o pé que estava a dois centímetros de um dos grandes focos de luz que acaba de passar ao meu lado. Mantenho os olhos fixos na mesma e no meio de uma sombra quadriculada infinita algo parece falhar. Desvio o olhar para um mulher que caminha junto a mim com um bebé e temo pelo seu futuro.
 Como uma uma faísca sou invadido pelo pensamento da sombra em falta que se remete imediatamente para o arame farpado e a glória conquista o meu coração. O homem que segue à minha frente vira-se e consigo ler na sua camisa o nome Pedro. Quando se volta para a frente, tropeça e todo o frio converte-se em calor, ou melhor, o medo que corre nas veias de cada um.
Ficamos todos em pânico e quietos, mas o meu instinto é agarrar a mulher e o seu bebé. Começo a ouvir tiros seguidos de gritos, o barulho converteu-se no meu maior amigo. Tenho a mãe quase colada ao meu braço e conseguimos sair daquele inferno.
Agora somos três entregues ao destino.
Beatriz Barbosa 9D

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