Era Dezembro, o espírito natalício começara a invadir todas as casas de Londres, mas com ele veio o frio, a chuva e o vento forte. Para a maioria das pessoas da cidade, isso não é um problema, pois basta acender a lareira, mas para mim era. Eu chamo-me Oliver e este seria o 1° natal que passaria sozinho desde que minha mãe faleceu.
Há um ano a minha mãe adoeceu e não durou nem sequer dois meses. O meu pai começou a beber para se esquecer da tristeza, mas com isso esqueceu-se também de mim… Começou a bater-me, cada vez mais e com mais força! Com todo o tipo de objetos, desde cintos, a pedaços de madeira, a tachos. A dor foi tanta que parti.
E aí, quando fui parar às ruas, e quando olhei já era quase natal e apercebi-me que o iria passar sozinho, com frio e abandonado.
Ou pelo menos foi o que eu tinha pensado até conhecer o Fofucho, não era uma pessoa, era um cão. Mas era muito meigo e para mim chegava, pois as minha expectativas eram passá-lo completamente sozinha. Feliz e já com algumas esperanças fui procurar comida e Fofucho também. Mas ele perdeu-se e um senhor meteu-o no canil.
Fiquei tão triste e sem esperança que nem o fui procurar. Sentei-me no chão e esperei até tudo acabar, quando de repente ouvi uma voz muito parecida com a da minha mãe! A voz disse-me que não podia desistir e que o meu amigo tinha ido para o canil do centro de Londres. Isso não ficava muito longe. Quando lá cheguei vi que um senhor já ia o levar, mas eu não desisti! Fui ao senhor e contei-lhe tudo.
Comovido com a história, ele adotou não só o cão mas a mim também! Agora vivo com ele, a sua esposa e o Fofucho e tenho uma família!
Raquel Braga – 7C