“Há [uma Escola] que fica na História da história da gente”

Saudades da Escola: terceiro testemunho.

Eu tenho muitas saudades da escola de Freixo: os risos, os abraços, os beijos, os carinhos, a minha turma… mas principalmente da minha Diretora de Turma, a professora Cláudia. Ela, para mim, sempre foi como a costumava chamar às vezes, a minha segunda mãe. Ela não era só uma professora, ela era e ainda é muito mais do que isso, é uma das pessoas mais especiais que eu conheci na minha vida, nunca me irei esquecer dela. A professora Cláudia era daquelas pessoas que não se importava de perder o seu tempo livre para nos ajudar com os nossos problemas, estava sempre à nossa disposição, estava sempre lá para o que desse e viesse. Os momentos mais especiais que me marcaram em Freixo foi com ela e com os da minha turma, nunca existia espaço para ficar triste e, se isso acontecesse, podíamos contar com qualquer pessoa para nos ajudar, pois todos nós éramos muitos unidos. Quando fazíamos as festas, parecíamos sempre todos malucos a divertirmo-nos como se fosse o último dia da nossa vida.
Mas, com o aparecimento desta pandemia tudo mudou: deixou de haver todos esses sentimentos de afeto que nos faziam felizes, num piscar de olhos. Acabei até por não me conseguir despedir de ninguém, das pessoas que muito se sacrificaram por mim e deram tudo de si para terem orgulho na pessoa que sou hoje. Gostaria de voltar atrás no tempo para conseguir fazer isso tudo, pois foi um dos maiores arrependimentos da minha vida. Às vezes, acabo por pensar que a quarentena não foi assim tão má, mas sim uma lição de vida com a qual podemos aprender, pelo menos para mim. Consegui entender melhor os meus objetivos e as pessoas por quem eu estava cercada e queria que estivessem no meu caminho, deu para organizar melhor a vida e focar-me mais em mim do que nos outros. Com isto tudo acabei por entender que o meu lema de vida é não deixar para amanhã o que posso fazer hoje, pois amanhã pode ser tarde demais.

Daniela Gonçalves