Para muitos considerada uma das melhores poetisas portuguesas, Florbela Espanca foi o tema de inspiração para a Daniela.
– Professor, não sei como escrever, tenho a poesia dentro de mim mas não a consigo tirar cá para fora.
– Lê Florbela, sente o que ela sentiu e escreve. Vais ver que te consegues.
I
Não sei mais nada de mim,
Onde escondi o meu antigo eu,
Onde está o meu sorriso, a minha felicidade.
Vontade de me deixar levar,
Para me libertar da pessoa
Que me está a magoar.
II
Caminhos malditos, erros cometidos,
Frieza que sinto todos os dias.
Nas águas que me suportam,
E que um dia desabaram no meu rosto.
Sempre tive medo,
Por mais que diga que não,
Por mais que tente ocultá-las,
As lembranças não se apagam.
E voltam ainda de novo mais fortes.
E eu?
III
Pontos escuros, presos em muitas paredes,
Confusos para uma só explicação.
De um suspiro de alívio a um transtorno
Passo por muitas noites não dormidas,
Lágrimas demasiado longas para marcarem
Meu tão doloroso passado.
Luzes na mais profunda das dores.
O que devia sentir era amar
Um fio de cabelo até ao teu jeito de olhar.
IV
Tenho a pele rasgada e medo de te perder
Num mundo sem fim.
Não construas nada sem mim.
Vê-me como a tua própria mente,
Quero ser a tua mais bela paixão,
Quero ser o teu chão, quero-te dar a mão,
Quero ser tratada como tua.
Daniela Anastácia 9C