Navegar na Internet é uma conquista da civilização que se converteu num instrumento indispensável em todos os setores da sociedade e para diferentes faixas etárias. A sociedade reestruturou-se em torno da rede e das facilidades que esta permite.
Naturalmente, os nossos adolescentes e jovens não são uma exceção neste panorama, antes pelo contrário. Para eles, um telemóvel, um tablet ou um computador constitui, antes de mais, um instrumento de ligação às redes sociais e de acesso a conteúdos de interesse especializado. Estes instrumentos representam um canal aberto para a comunicação com amigos, físicos e virtuais. Aqui muitas conversas acontecem, de forma prolongada, de forma intermitente, de forma assíncrona, de forma plural.
A comunicação foi reinventada por estes novos utilizadores, mas também a amizade e o amor. Com a internet é possível manter relações à distância, é possível alimentar saudades, é possível conhecer pessoas que noutras épocas seriam completamente inacessíveis. Um mundo novo foi criado e está em plena ebulição.
Mas toda esta lufada de novidades arrasta consigo um lado escuro de possibilidades que importa mitigar. A euforia da internet traz consigo perigos que têm de ser prevenidos. A melhor forma passa pela informação. Jovens e adolescentes têm de conhecer os perigos e conquistar uma gradual responsabilidade perante as opções que tomam no mundo virtual. Pais, escola e sociedade têm de ser vigilantes e atentos.
A segurança na internet envolve muitos domínios e há alguns direitos que os nossos jovens se devem habituar a preservar e a defender:
· O direito à identidade pessoal
A identidade pessoal é fundamental e é intransmissível. Os nossos jovens e adolescentes devem compreender os perigos envolvidos no roubo de identidade e saber como evitá-lo.
· O direito à privacidade
A vida pessoal deve ser mantida num espaço de intimidade. Os nossos jovens e adolescentes têm de compreender a importância de não divulgar a sua vida pessoal, os seus hábitos, as suas rotinas, a sua morada ou a sua localização. Nem todos os recetores desta informação são bem-intencionados e as formas de dar uso a estas informações podem ser verdadeiramente perigosas.
· O direito à serenidade
A internet não pode servir de instrumento persecutório contra terceiros. Os nossos jovens e adolescentes têm de compreender os princípios éticos associados à utilização da rede. Esta não pode servir para a prática de bullying, para perseguir virtualmente alguém ou para praticar algum tipo de violência ou de pressão sobre o outro.
· O direito à segurança
Os jovens devem sentir-se seguros na navegação e devem ter hábitos que assegurem essa segurança, desconfiando de páginas inseguras, de hiperligações duvidosas ou de ficheiros estranhos. A navegação também não pode constituir um passo que coloque em causa a segurança física. Os nossos jovens e adolescentes devem compreender e implementar as medidas de segurança, zelando sempre pelo seu bem-estar.
Ter noções básicas de segurança na navegação no mundo da internet é fundamental para assegurar a proteção dos jovens e adolescentes. Informar e vigiar nunca é demais, dialogar é estruturante e denunciar é fundamental. Por uma navegação segura e sem ameaças.
Por Carla Marques