O Jardim
Todos os domingos, um grupo de jovens frequenta um jardim na cidade de Lisboa. Têm entre quinze e dezasseis anos, estão na flor da idade e são curiosos. Luísa adora sair com os amigos aos domingos de tarde, sente-se bem na companhia do grupo – também ela procura aventuras para sair da rotina do quotidiano.
Um dia, alguém no grupo decidiu lançar o desafio: aquele que conseguisse permanecer no interior do jardim a noite toda, podia atribuir uma tarefa ao resto do grupo. Hesitando, Luísa aceita o desafio.
Espera pelo fim da tarde. Começa a ficar frio, Luísa não tem como se proteger, ainda assim avança para explorar aquele jardim, provavelmente cheio de surpresas. Subitamente, depara-se com um grupo de jovens mendigos a vender pulseiras. Oferecem-lhe uma, dizendo-lhe que depois de sair do jardim, a terão pronta com o seu nome gravado. Um deles, talvez o mais velho, perguntou-lhe o nome
– Luísa – respondeu ela sem qualquer problema.
Passado algum tempo, começou a achar estranho um jardim tão bonito e que se dizia tão movimentado, estar tão vazio. O sol ainda não se tinha posto, Luísa já não estava tão confiante como de início. Agora não podia desistir.
O medo apoderou-se dela. Quer voltar para trás, mas não quer perder a aposta que fez com os amigos, está num dilema. De súbito, um vulto passa mesmo à sua frente, pareceu-lhe reconhecer um dos rapazes que estava na entrada a vender as pulseiras.
Na manhã seguinte, Luísa acordou sobressaltada, parecia ter acordado de um grande pesadelo, mas quando se apercebeu, já faltavam poucas horas para o desafio acabar. Estava pronta para sair do jardim e receber a pulseira personalizada com o seu nome.
João tinha-a visto pela ultima vez no parque, estava a estranhar a demora por isso decidiu ir à procura dela. Deparou-se com uns miúdos na brincadeira, os tais que supostamente tinham personalizado a pulseira como o nome de Luísa, mas havia muitas mais pulseiras com nomes de pessoas.
João achou estranho e decidiu que já chegava de tanto mistério. Entrou no jardim. Luísa não lhe podia responder.
Margarida, Capela e Alexandre 9B
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