MIcrocontos de Ficção: O Testamento [7]

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 Numa manhã cinzenta, em Amesterdão, uma sala de advogados tem à mesa um homem num fato impecável e uma mulher ruiva, rosto pálido, de uma beleza pouco natural. Discutem acaloradamente sobre um testamento, entende-se que do antigo marido da mulher ruiva. O advogado duvida da autoria do documento e das palavras da mulher.

A mulher está revoltada com a dúvida por parte do advogado. Decide contratar um investigador particular, Heath, para resolver o caso. Este sabe que havia uma outra mulher que fez parte da vida do antigo marido. O investigador passa os dias a observá-la, discreto e meticuloso. Tudo lhe parece fora do comum, a vida dupla que ela leva, as suas amizades, as suas rotinas.

Na posse da nova informação, Heath passa-a à mulher ruiva : esta pergunta-lhe se há algum problema em aproximar-se dela, marcar um encontro, talvez falar um pouco sobre o homem que tinham em comum. Heath não vê qualquer inconveniente, mas ainda assim toma nota da data e local de encontro entre as duas e fica a observá-las a uma distância confortável.

O encontro não parece ser entre duas perfeitas estranhas, aliás, parecem conhecer-se de há muito. Então Heath começa a juntar as peças e o seu pensamento voa para o testamento que a mulher lhe tinha mostrado. Quem o teria escrito? Nada batia certo. E quais eram as condições para alguém ficar com os milhares de dólares?

Então, um simples bilhete deitado ao chão por uma das mulheres revelou-se a solução para o enigma que o atormentava. Era de uma casa de apostas, tinha o nome do falecido. Era um apostador. Viciado até aos ossos. E no testamento essa característica estava bem presente. Quem das duas conseguisse matar o investigador que ele contratasse antes de morrer, ficaria com todo o dinheiro.


Tatiana | Soraia 7D

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