Minissérie O Terramoto de 1755

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No âmbito da empatia histórica, foi solicitado aos alunos do 8.º Ano, que realizassem uma composição sobre o Terramoto de 1755.

Como sugestão, foram-lhes apresentados alguns exemplos:
– contextualizar a época histórica em que se deu o acontecimento;
– cada aluno deve encarnar uma personagem da época (clero, nobreza, burguesia ou povo) que vivia em Lisboa quando se deu o Terramoto de 1755;
– retratar a catástrofe que foi o terramoto de 1755;
– destacar o papel do Marquês de Pombal nos dias seguintes à destruição do terramoto;
– destacar o papel do Marquês de Pombal na reconstrução da cidade de Lisboa, que fez desta cidade uma das mais modernas da época.

Foi feito o apelo ao uso de muita imaginação na criação do enredo histórico. Pretendia-se que a personagem, escolhida pelos alunos, se envolvesse em toda a (re)criação histórica.

Segue o primeiro trabalho, enviado pela turma do 8A.

 


Terramoto de 1755, visto por uma dama da nobreza

Boa tarde! Meu nome é D. Catrina Santos Xavier, faço parte da alta nobreza. Nasci no dia 4, de abril de 1725. Nestes últimos anos instalaram-se em Portugal novos costumes, que me vieram incomodar imenso. São umas ideias vindas do ministro de D. José I, sua alteza l’ rei de Portugal, um estrangeirado com muita experiência, chamado Sebastião José de Carvalho e Melo.

Portugal está numa crise financeira pois as remessas de ouro vindas do Brasil, tem vindo a escassear, o que não se torna muito bom para mim e meus companheiros da nobreza. Como eu falava à pouco o ministro Sebastião José de Carvalho e Melo mais conhecido como Marquês de Pombal, tem vindo a aplicar umas leis que já foram aplicadas no passado pelo Conde da Ericeira. Essas leis aplicadas à economia designadas de mercantilismo. O Marquês de Pombal com esta ideias pretende estabilizar a economia portuguesa, pondo em prática assim medidas para favorecer as exportações e as necessidades do Reino diminuindo assim as importações. Estas leis foram bastante benéficas para o Reino, incluindo o povo pois davam mais emprego e a burguesia que podia dinamizar os seus negócios, mas não me favoreciam a mim, que sou nobre.

No dia 1 de Novembro de 1755, por volta das 9 horas e 30 minutos da manhã, estava eu mais o meu marido a tomar o pequeno almoço na nossa varanda. A rua estava bastante movimenta, pois era dia de Todos os Santos e muitos fiéis dirigiam-se às igrejas para rezar pelos defuntos. Quando de repente sentimos um tremor de terra fortíssimo seguido de um outro que durou cerca de 6 minutos. Eu e meu marido corremos para dentro da casa para nos protegermos. Da minha janela via fissuras abrirem-se no chão e pessoas a correr para se protegerem das casas que caíam.

As pessoas que estavam na igreja morriam esmagados pelos escombros ou ficavam encurraladas debaixo de toneladas de pedras e madeira.

Ouviam-se se pessoas a gritar:

– O mar está a recuar!!

Meu marido, um homem estudado, diz que não vinha coisa boa pela frente e que tinha a certeza que viria um maremoto. E tinha razão, cerca de 5 minutos depois, uma onda de 6 metros de altura engole o a cidade de Lisboa e de seguida outra fortíssima onda com cerca de 10 metros, segundo os relatos. Eu e meu marido, pensávamos que estávamos a salvo, pois a onda tinha-nos afetado pouco, mas enganamo-nos um incêndio nascia nas zonas não afetadas pelo maremoto e alastrava-se cada vez mais pela cidade. Este incêndio, durou cerca de 2 dias, foi horrível ouvir gritos e choros, ver as pessoas mortas e ver da minha varanda a cidade completamente destruída.

Na altura a família real encontrava-se fora, estavam em Santa Maria de Belém e escaparam ao terror. Tal como o rei, o Marquês de Pombal também tinha sobrevivido ao terramoto. Logo de seguida, o Marquês de Pombal reuniu -se com a corte Real que não sabia o que fazer, incluindo claro meu marido. Mas o ministro de D. José I, não se foi abaixo, começo logo a tomar decisões o que deixou todos estupefactos. Mandou retirar e enterrar os mortos e socorrer os feridos, mas não ficou por aqui. De seguida criou uma equipa de oficiais para proteger os palácios e igrejas dos salteadores que aproveitavam a desgraça para benefício próprio. Mas mais importante, pensou logo na melhor maneira para começar a reconstrução da cidade.

Segundo soube, o Marquês de Pombal entregou a reconstrução da cidade a dois engenheiros: Carlos Mardel e a meu primo Eugénio Santos. Deu-lhes ordens para desenhar uma cidade completamente diferente da antiga onde as principais características eram:

  • Avenidas largas para facilitar a circulação de carros de cavalos;
  • Construção de passeios para as pessoas se e poderem deslocar e dar passeios;
  • Instalação de redes de esgotos;
  • Construção de casas com a mesma altura e com a mesma altura e com fachadas iguais;
  • Distribuição dos ofícios por ruas para facilitar o comércio;
  • Utilização de formas de construção mais resistentes aos sismos (sistema de construção em gaiola);
  • Construção de uma grande praça central, a que se veio chamar a Praça do Comércio, onde no centro se encontrava uma estátua lindíssima e enorme de meu rei.

Isto tudo construído em cerca de meio ano.

8.º A, Luna Frutuoso n.º 9

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