C'EST LA VIE
MARGARIDA RODRIGUES

Sempre que um ano termina, do outro espera-se melhor… é como se fosse um botão mágico que eleva a felicidade, concretização e bem-estar. Com isto, não quero dizer que a positividade me perturbe, muito pelo contrário, o que me perturba é o querer que as coisas mudem sem qualquer tipo de esforço e ambição pessoal.

Considero crucial termos objetivos marcados para um novo capítulo, com eles o nosso subconsciente vai trabalhar numa caminhada mais simples e clara para a realização dos mesmos. No entanto, isso é só o começo, sem disciplina nada vai mudar instantaneamente. Ou seja, se decidirmos fazer uma mudança radical na forma como tratamos a nossa saúde, não basta querer ou escrever num papel, que provavelmente em menos de dois dias estará machucado dentro de livros que iam ser lidos (só para o novo ano, óbvio).

     É preciso uma desintoxicação de mentalidade repetitiva, uma oportunidade de ver as coisas de uma forma mais revigorante e com isso induzir uma nova rotina que permitirá a conquista do objetivo.

Reconheço a extrema importância de ter presente no nosso pensamento que não é só uma questão de motivação.

O exemplo de várias pessoas seguras de si e dos seus objetivos é o seguinte: muitas são as vezes que não apetece treinar, cansaço mental, falta de motivação… São também as muitas vezes que vão treinar mesmo com todas as falhas, isso tem o nome de disciplina. É difícil, por vezes, ter de fazer algo que não queremos, mas este pequeno conceito é o nosso melhor amigo para o caminho da conquista. Isto aplica-se em qualquer tipo de objetivo, seja este, perder peso, estudar, ganhar um concurso, mudar o horário de sono, deixar as redes sociais, entre outros…

Contra mim falo, acho que estamos tão dentro de um sistema que enaltece a motivação a um nível quase inalcançável, que nos esquecemos que um novo ano, apenas, não proporciona a mudança.

Porque é que se espera tanto pelo futuro ao invés de investir no presente?