Uma das tendências mais alarmantes nos conflitos armados é a participação de crianças como soldados. As crianças servem os exércitos apoiando-os em tarefas como cozinheiros, carregadores, mensageiros e espiões ou até situações mais degradantes para a condição humana.
No entanto, cada vez mais os adultos recrutam deliberadamente crianças como soldados, porque são “mais obedientes, não questionam ordens e são mais fáceis de manipular do que os soldados adultos”. Apesar da maioria das crianças-soldados serem rapazes, os grupos armados também recrutam raparigas, muitas das quais desempenham as mesmas funções dos rapazes. Na Guatemala, grupos rebeldes usaram raparigas para fazer comida, tratar dos feridos e lavar a roupa. As raparigas podem também ser obrigadas a préstimos sexuais. No Uganda, as raparigas raptadas pelo Chefes da Resistência Armada são “dadas em casamento” aos líderes rebeldes.
A Unicef (agência das Nações Unidas para a Infância e Adolescência) estima que cerca de 300 mil crianças em todo o mundo foram envolvidas em situações de guerra e porte de armas, a maioria delas na África e no leste da Ásia.
Governos de vários países, assim como grupos armados de vários outros, usam crianças como soldados, situação que se verifica no Congo, Burundi, Libéria, Colômbia, Filipinas, Sudão, Nepal, Uganda e Sri Lanka.
Segundo dados do Unicef, 85% das ex-crianças soldado têm sequelas, 15% apresentam consequências patológicas e 5% têm sérios problemas psiquiátricos. Estima-se que existam atualmente 19.000 crianças soldado no Sudão do Sul.
Costumam ter entre 14 e 17 anos, mas há crianças de 10 e 11 anos. As crianças podem ter sido retiradas do seio da população, viverem em instituições ou, como é o caso de milhares de crianças órfãs, tornarem-se crianças da rua ou vítimas de prostituição. As crianças que perderam os pais muitas vezes sofrem humilhações, rejeição e discriminação. Durante anos, podem sofrer em silêncio com a autoestima desfeita.
Fátima Silva | Catarina Alves | Miguel Barbosa | Carlos Almeida | Fernando Costa 9C
Um filme sobre o drama das crianças vítimas de guerra no Sudão [parte 1]
4 (3) “Uma boa Mentira”, do realizador Philippe Falardeau, mostra-nos um grupo de crianças refugiadas do Sudão que ficam de um momento para outro órfãs e [...]