E quando um rio desaparece debaixo de terra?

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Um curso de água, seja rio ou ribeira tem a sua nascente e, pelo seu declive drena superficialmente até confluir noutro curso fluvial ou desaguar num mar ou lago. No entanto, há exceções com alguns rios percorrerem em galerias subterrâneas e brotarem à superfície, bastantes quilómetros a juzante!

Mas afinal qual o mistério destes “rios fantasma”?

A culpa é da natureza permeável do subsolo, levando à sua infiltração e aparente desaparecimento da superfície. Este fenómeno é frequente em substratos geológicos calcários, tremendamente “perfurados” pela erosão cársica (dissolução química). Desta forma, os cursos de água aproveitam para se esconder… até surgir uma camada interior impermeável (argila) que obriga ao reaparecimento do rio à superfície, quilómetros a jusante. Estes locais específicos deram origem à toponímia particular como “Fervenças” ou “Olhos de Água”.

A nascente do rio Nabão, surge nos Olhos de Água (Ansião) para logo de seguida “esconder-se” num sistema aquífero subterrâneo Sicó-Alvaiázere de mais 10 km, até “renascer” no Agroal (Tomar), aliás, muito procurado pela sua bela praia fluvial.

A região Centro Oeste tem escassos rios superficiais, precisamente porque o seu substrato geológico é calcário, portanto, altamente permeável a águas fluviais e pluviais. Pelo contrário abundam as grutas e galerias, muitas delas preenchidas com misteriosos rios e lagoas!

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