O Pedro Machado aceitou o desafio do professor do português para elaborar uma estrofe seguindo a complexa estrutura formal da epopeia camoniana “Os Lusíadas”.
O resultado? Um belo poema sobre a essência de um eu que atravessa momentos sombrios.
O poema devia ser uma oitava, com versos decassilábicos, acentuados na 6ª e 10ª sílabas, com um esquema rimático cruzado e emparelhado. Nada fácil, mas ele conseguiu.
Eu busco sem cessar minha existência
Por caminhos perdidos, conturbados,
Onde os sentidos brotam resistência,
Entre cabos sombrios, mal feridos.
Cansado, chego ao fim sem resistência,
Rasgo, rompo, grito pelos sentidos.
Sussurro ao mundo inteiro este tormento,
Trovejo ao homem meu contentamento.